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Cooperativismo
Exclusivo: Entrevista com Fátima Torres, presidente da Unicafes Nacional
A União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) ganha uma nova liderança com a ascensão de Fátima Lima Torres à presidência. Com uma vasta experiência no campo da agricultura familiar e na promoção da economia solidária, Fátima traz consigo uma visão renovada e comprometida com o desenvolvimento sustentável e inclusivo. Nesta entrevista exclusiva, exploraremos o histórico de Fátima, seus planos para a Unicafes Nacional e os desafios e oportunidades que aguardam sua gestão.
Breve Histórico de Fátima Torres:
Fátima Lima Torres, agricultora familiar e pedagoga natural de Apodi, Rio Grande do Norte, é uma figura destacada no movimento da agricultura familiar e economia solidária no Brasil. Com uma trajetória de décadas, experiência acumulada tanto na base, junto aos agricultores, quanto em cargos de liderança em organizações do setor. Sua atuação tem sido pautada pela defesa dos direitos dos agricultores familiares, pela promoção da sustentabilidade ambiental e pelo fortalecimento das redes de cooperação. Sócia fundadora da cooperativa Coopapi, da cooperativa central Cooafarn e da federação Unicafes, Fátima atuou como gestora do mercado da agricultura familiar, uma central de comercialização localizada em Natal, capital do estado.
Como você enxerga o papel da Unicafes Nacional na promoção da agricultura familiar e da economia solidária no Brasil?
O papel da Unicafes Nacional é fundamental na incidência junto às políticas públicas para apoiar os agricultores e agricultoras familiares e o cooperativismo solidário. Trabalhamos para desenvolver políticas públicas que beneficiem não apenas os agricultores, mas também suas organizações, cooperativas, redes e federações. Além disso, a Unicafes representa comercialmente essas cooperativas, fortalecendo a rede nacional de comercialização.
Quais são os principais desafios que você cogita enfrentar durante sua gestão como presidente da Unicafes Nacional?
Os desafios são muitos. Um dos maiores é uma atualização da lei do cooperativismo, que precisa ser modernizada. Também é crucial garantir assistência técnica de qualidade para mais agricultores e cooperativas, e facilitar o acesso ao crédito. Precisamos melhorar a qualidade de vida dos agricultores, tornando o trabalho no campo menos penoso e mais atraente, principalmente para as novas gerações. Isso envolve a mecanização e a introdução de tecnologias que tornam as atividades agrícolas menos pesadas e mais eficientes.
Quais serão os projetos prioritários da Unicafes Nacional sob sua liderança?
Pretendemos incluir cada vez mais jovens e mulheres nas cooperativas, integrando-os nas atividades produtivas. Inclusão dos produtos da agricultura familiar nos grandes mercados, outro grande desafio da nossa gestão. Fortaleceremos as redes de cooperação entre os estados, com atenção especial para as Unicafes estaduais. Investiremos na formação do cooperativismo solidário, capacitando jovens, mulheres e dirigentes cooperativistas, focando na sucessão rural e na gestão das cooperativas.
Como você planeja fortalecer as parcerias entre as cooperativas da agricultura familiar e outros atores do desenvolvimento rural?
Parcerias são essenciais. Planejamos fortalecer as relações com o movimento sindical, a economia solidária através dos fóruns e participar dos conselhos. Estreitaremos laços com as entidades das Unicafes estaduais, cooperativas de crédito e bancos comunitários, promovendo o diálogo constante e desenvolvendo atividades conjuntas. Também daremos atenção às pautas importantes, como o fortalecimento do Grito da Terra e das ações da Cogefur, entidade do crédito e grande parceiro.
Diante do atual cenário socioeconômico do país, como a Unicafes Nacional pode contribuir para a redução das desigualdades e para a geração de emprego e renda no campo?
Acho que chegou a hora da gente implantar uma política mais justa, mais solidária em nossa prática cotidiana. Quando captamos recursos para apoiar projetos na base da Unicafes, buscamos envolver as minorias e toda a comunidade. A instituição Estado deve fomentar políticas públicas que permitam às cooperativas desenvolver suas agroindústrias, acessar crédito e assistência técnica e vender sua produção. Assim, contribuiremos para a redução das desigualdades econômicas e sociais.
Qual é a importância da inovação e da tecnologia para o fortalecimento da agricultura familiar e economia solidária, e como a Unicafes Nacional pretende incentivá-las?
A Unicafes tem um ambiente propício para replicar tecnologias sociais. Buscaremos parcerias e recursos para implementar essas tecnologias simples, mas eficazes. Além disso, promoveremos o debate da mecanização nas cooperativas e oportunizar formação para pais e filhos desenvolverem serviços com visão tecnológica. Somos parceiros de diversas organizações internacionais, órgãos de governo como Embrapa e Sebrae, e universidades, ou que facilitam a pesquisa e extensão tecnológica.
Sobre a sucessão e gestão das cooperativas, como você pretende ampliar a representatividade e participação das mulheres e dos jovens nas cooperativas da agricultura familiar?
No último congresso, há três anos, a Unicafes aprovou uma resolução de paridade para jovens e mulheres. Desde então, trabalhamos na sensibilização das bases e na mudança do nosso estatuto. Em até dois anos, somente cooperativas que respeitem a paridade poderão se filiar à Unicafes. Isso incluirá a participação em cargos de decisão, desde as cooperativas singulares até as federações estaduais e nacionais. Com essas mudanças, esperamos incluir muitos jovens e mulheres no cooperativismo, formando-os para ocupar cargos de liderança.
Com Fátima Torres à frente da Unicafes Nacional, espera-se um período de intensa atividade e avanços para a agricultura familiar e a economia solidária no Brasil. Sua liderança promete fortalecer ainda mais as redes de cooperação e solidariedade, impulsionando o desenvolvimento sustentável e inclusivo em todas as regiões do país.
Estou muito animada com o trabalho da Unicafes Nacional. Participo da rede Unicafes há 18 anos, desde sua fundação, e estou muito feliz por ter a oportunidade de liderar a organização nacionalmente. Estou disposta a trabalhar e construir com minha equipe, companheiros e companheiras das Unicafes estaduais e das cooperativas singulares. Juntos, fortaleceremos o sistema cooperativo solidário, promovendo a participação de todas e todos, especialmente mulheres e jovens, e enfraquecendo o cooperativismo de poucos para fortalecer um cooperativismo inclusivo e independente. Estou empolgada para este mandato à frente da Unicafes Nacional.
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