Saúde

Coronavírus: dicas de como manter o equilíbrio emocional

A Pandemia do COVID-19, além de perdas irreparáveis, provocou de forma silenciosa, em consequência das medidas de isolamento, uma gigantesca demanda de atendimentos em saúde mental. Tal contexto potencializou o aspecto de já não ser mais possível ignorar ou negligenciar os sintomas emocionais.

Enfrentar a pandemia tem sido um desafio para todos, inclusive para nós, profissionais de saúde. Diariamente, neste preocupante, delicado e grave cenário de doença, percebemos que cuidar da saúde emocional é extremamente necessário para o nosso bem-estar físico. Existe uma grande chance de você, leitor, ter tido alguém próximo que contraiu a doença. Nesse sentido, ao saber, desconfiou estar com os sintomas de COVID-19, porém, ao fazer o exame, o resultado foi negativo.

Não há como separar corpo e mente. Os dois caminham juntos e dão significado a esta existência mediante o contato relacional que têm. Portanto, os cuidados físicos, mentais e sociais precisam ocorrer de forma integrada e sem sobreposição de um sobre o outro.

Neste texto o foco está no entorno dos aspectos emocionais, após o chamamento realizado pela Campanha Janeiro Branco. O objetivo com tal ação foi chamar atenção da humanidade para questões e necessidades relacionadas às saúdes mental e emocional das pessoas e das instituições humanas.

Além das questões clínicas relacionadas aos atendimentos com especialistas, que podem ser extremamente necessários em alguns casos, quando no centro estão os cuidados em saúde mental, também se engloba - neste universo - medidas simples de organização de rotina e hábitos pessoais que, quando em prática, produzem enorme diferença.

Aprofundando: o ditado de internet diz: “texto grande ninguém lê”! Assim, objetivamente e sem menosprezar as questões estruturais de nossa sociedade, contribuidoras que são - muitas das vezes - para o adoecimento psíquico, há a pergunta: quais seriam os cuidados que estão ao alcance de todos e que poderiam melhorar a saúde mental?
•    Evitar cobrança pessoal excessiva: permita-se tentar, errar, corrigir e tentar de novo. Afinal, nem sempre vai ser possível acertar; e mesmo que você acerte, ainda assim não vai conseguir agradar a todos.
•    Tente manter uma rotina minimamente organizada mesmo estando em isolamento social. Ou seja: use o “tempo livre” para fazer aquelas atividades que sempre quis e nunca conseguiu encaixar na agenda.
•    Procure cuidar da higiene do sono tentando dormir sempre no mesmo horário. E evite levar problemas para a cama diminuindo, com frequência, as horas dormidas.
•    Movimente-se: realize algum tipo de atividade física diariamente, não a que esteja na moda, mas aquela que lhe agrade. A explicação: atividades físicas feitas com regularidade são capazes de estimular o cérebro com a mesma intensidade que algumas medicações, e sem nenhum efeito colateral.
•    Distanciar-se das redes sociais pode lhe fazer bem. Isto é: use sem receio o unfollow e se afaste daquilo que lhe angustia.

É claro que ainda cabem nessa lista hábitos simples como ler um livro, ver um filme, observar a natureza ao redor (mesmo nos grandes centros urbanos), experimentar - e quem sabe - preparar novos pratos, produzir peças de artesanato, ouvir música etc. Enfim, não existe fórmula mágica, cada um constrói a sua. Nesse quadro, é preciso atitude positiva e principalmente PERMITIR-SE!!!

 

*Daniel Bertolazzi Uchoa, psicólogo especialista em Saúde da Família e em Dependência Química. Ele partilha conhecimento e reflexões em seu perfil no Instagram @danieluchoapsi. Além disso, atua na Rede de Atenção Psicossocial do Município de Canindé-CE. E-mail: danieluchoapsi@gmail.com


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