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Da crise ao objetivo de ampliação: cooperativa cearense selecionada pelo “Roda Bem Caminhoneiro” vê mercado com otimismo
Com o intuito de ser um “hub” entre cooperativas de todo o país, o programa “Roda Bem Caminhoneiro”, em seu processo de escolha, também contemplou cooperativas nordestinas de estruturas mais tímidas — quando comparadas com organizações consolidadas no eixo Sul-Sudeste. Dentre aquelas, uma das selecionadas atua em solo cearense: a Cooperativa de Transportes de Cargas do Estado do Ceará (CTCargas).
Categorizada legalmente como uma cooperativa de transporte rodoviário de carga intermunicipal, interestadual e internacional (exceto de produtos perigosos e de mudanças), a organização teve a aprovação homologada no projeto em novembro. Assim, permanece aguardando o Governo Federal para o estabelecimento do novo plano de negócios da cooperativa e para o recebimento do kit assegurado pela política pública.
De acordo com Maria Berismar Costa, tesoureira da CTCargas, a iniciativa nasce com o objetivo legítimo de ajudar os cooperados. Segundo a profissional, as exigências do programa são completamente coerentes com a realidade das organizações nacionais; além disso, se o projeto for executado da forma como foi idealizado, será uma contribuição importante para a integração e para o desenvolvimento do ramo.
“Já identificamos outras cooperativas que atuam no Nordeste, em estados como Bahia e Maranhão, e que foram contempladas com a iniciativa. A ideia do projeto é exatamente essa, de unificar as cooperativas de ponta a ponta no nosso país. Com a consolidação da rede que eles querem montar e a disponibilização de recursos como o tanque (reservatório de óleo diesel com bomba), que já ajuda bastante a nossa atividade, é apenas a parte inicial de algo muito maior que está por vir”, afirma.
O período, inclusive, é favorável em termos gerais para a retomada econômica, ainda dentro do contexto da pandemia do coronavírus. O PIB nacional cresceu 1,2% no primeiro trimestre de 2021, com importante destaque para o setor de transporte, que apresentou variação positiva de 3,6%.
Com sede localizada no município de Horizonte e fundada em 2018, a cooperativa já chegou a ter 80 cooperados no seu quadro e prestou serviços para players importantes, como a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Entretanto, viu a procura diminuir — tanto de empresas quanto de cooperados — devido à alta ocorrência e, consequentemente, à ampliação de uma crise financeira interna.
Em alguns períodos, a cooperativa funcionou apenas “no papel”, ou seja, cumprindo os requisitos mínimos relativos à documentação e arcando com as despesas fixas para permanecer aberta. Maria relata que houve papel essencial de orientação por parte de outros profissionais vinculados à área de cooperativas para que a organização seguisse com suas atividades.
Berismar aponta que o “Roda Bem Caminheiro” permitirá que a cooperativa tenha capital de giro — apontada por ela como principal dificuldade enfrentada pela organização nos últimos anos — e amplie o poder de compra das cooperativas nacionais. Esses aspectos viabilizam o acesso a combustível, pneus, peças, entre outros recursos, de forma facilitada, com isso, a empresa se torna mais competitiva no mercado.
Ela revela, ainda, que “Muitas vezes, as empresas concorrentes crescem exatamente em cima desse cenário de escassez de recursos. Por vezes, a maioria dos caminhões que prestam serviços são das cooperativas, mas elas precisam se aliar a outras empresas para conseguir dar andamento na operação. Nisso, o terceirizado fica apenas com 60% do valor do frete e a empresa fica com 40% praticamente sem despesa alguma, já que o custo do veículo fica por conta do terceirizado. Ampliando essa possibilidade, nós podemos reverter esse quadro e ficar com 100%”.
No entanto, a competição financeira é apenas um dos elementos que prejudicam a prospecção destas organizações. A falta da adesão aos procedimentos legais, inclusive, é um dos principais fatores que afetam diretamente o exercício pleno de cooperativas ao redor do país. Conforme o relatório “Prioridades Estratégicas do Ramo Transporte”, organizado pelo Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) por meio do Conselho Consultivo do Ramo Transporte, a concorrência desleal é uma das principais dificuldades apresentadas pelos cooperados brasileiros.
Na avaliação dos especialistas responsáveis pelo documento, “o baixo controle e a falta de fiscalização do cumprimento da legislação e da regulamentação pelo setor de transporte brasileiro resultam em condições desiguais entre os agentes atuantes no mercado. Isso, muitas vezes, acaba promovendo uma concorrência desleal, favorecendo agentes que desrespeitam os normativos em detrimento daqueles que operam em conformidade com as leis e regulações pertinentes, entre estes as cooperativas”.
O relatório indica que, para ampliar a competitividade das cooperativas de transporte frente ao mercado, é necessário tomar decisões como: ampliação do acesso e do conhecimento dessas instituições sobre linhas de financiamento disponíveis; promoção da intercooperação; disseminação de práticas de inovação no setor; alinhamento e padronização da comunicação sobre o cooperativismo de transporte; e promoção de estudos e missões. Portanto, o objetivo é que esses pontos sejam fortalecidos com a construção da política pública.
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