Imagem: Pixabay/Pexels/Reprodução

Entrevista

Estratégias digitais representam aposta para o futuro das cooperativas agrícolas

Em 2020, a economia brasileira, revirada pela pandemia do coronavírus, caiu 4,1%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Contudo, em meio à retração, uma área apresentou crescimento exponencial e diametralmente oposto: o e-commerce. Ao fim de 2020, as vendas on-line haviam crescido 73,88% no Brasil, segundo a Câmara Brasileira de Economia Digital, tornando o investimento nesta área incontornável para manter as contas no azul. 

Neste contexto, o e-commerce emerge como alternativa viável para organizações como as cooperativas da agricultura familiar, até então muito voltadas para o mercado de compras dos governos municipais, estaduais e federal ou de cadeias intermediárias, impactadas pela crise econômica decorrente da pandemia. Através das ferramentas digitais, as cooperativas podem fortalecer uma cultura de venda direta ao consumidor final ou a novos mercados, analisa a publicitária e analista de marketing Nathaly Martins. 

“O meio digital já era promissor antes mesmo da pandemia. Mas com essas restrições em relação ao comércio, o meio digital hoje é o maior foco que uma empresa pode ter”, explica Nathaly. Para muitos, perdeu-se aquele tabu de que a compra pela internet poderia ser algo perigoso. “E na verdade isso se transformou em facilidade de compra”, avalia. 

Ao longo da série de conteúdos acerca das cooperativas da agricultura familiar, a plataforma Coopere Mais tem demonstrado como estas organizações, em meio às dificuldades causadas pela pandemia, procuram inovar e têm voltado o olhar para o digital. Para estar bem colocado nas escolhas do consumidor, no entanto, é necessário o investimento em três pontos: a construção da marca, a inserção na cultura de comércio digital e as estratégias de posicionamento digital. 

Em entrevista à Coopere Mais, Nathaly Martins elencou uma série de medidas indispensáveis para o sucesso das cooperativas no meio digital. Confira: 

Como pequenos negócios podem construir uma marca?
Uma marca é aquilo que diferencia uma empresa, um negócio, ou até uma pessoa, é o que diferencia das demais do mercado onde atua. Uma marca traz identidade.

A marca vai além da questão visual, como as logos e a comunicação visual. O tipo de serviço, a forma de como você atende o cliente final, como você trata toda a jornada de compra do consumidor, também é construção de marca.

Oferecer um bom atendimento desde a porta, com um bom dia, com um sorriso, dispor as informações com clareza e com organização visual, ter a postos atendentes para oferecer itens ou esclarecer dúvidas, são diferenciais. 

Meio digital: por onde começar?
Existem os canais do WhatsApp, do Instagram, do Facebook, mas é preciso descobrir onde o seu consumidor está mais presente. Não adianta oferecer um canal de comunicação ao cliente que não é efetivo. Procure trazer uma pessoa que trabalhe com você, que esteja ali presente de fato naquela rede. Não adianta ter um canal no WhatsApp onde há venda direta ao cliente e não responder, demorar a responder ou tratar o cliente de forma parcial.

Plataforma de vendas e app: vale a pena investir? 
Um site ou um aplicativo de vendas é o ideal. Mas essas duas plataformas exigem tempo e investimento razoável. Em período de pandemia, de recessão, o ideal é tentar atingir o baixo custo com o retorno efetivo. Investir em delivery e marketplace hoje em dia é o principal foco, ainda mais para alimentos. Você consegue escolher o que precisa e tem entrega na sua casa.

Que tipos de estratégia digital as cooperativas da agricultura familiar podem trabalhar?
Conforme pesquisa da Kantar Ibope, divulgada neste mês, o consumo de vídeos on-line cresceu 84% nos últimos três anos. No top five de assuntos e conteúdos procurados, em 5º lugar está comida, bebida e culinária. Ou seja, assuntos que têm a ver com o público das cooperativas agrícolas. Exemplo: conteúdos sobre culinária, formas diferentes de preparar alimentos vendidos pela cooperativa.

O Instagram, por exemplo, permite mostrar, por meio de fotos e vídeos, todo o caminho do produto, inclusive desde o momento em que ele é plantado, os cuidados com aquela plantação, o investimento dado, até chegar ao consumidor final. 

Humanizar a marca também é um caminho incrível. É mostrar o trabalhador, é trazer a pessoa que está por trás da produção. Cria uma ligação de afeto com consumidor, identificação com a marca.

Não são necessárias diversas postagens, posts todo dia, se não há conteúdo de qualidade.

Investimento em digital é sucesso imediato?
Toda inserção a um mercado ou um ambiente desconhecido é feita de forma gradativa. Não é esperado que uma cooperativa que não tenha expertise tenha domínio na área de pronto. Seja qual for a plataforma escolhida, o canal de vendas demanda tempo, investimento e cuidado.

 

CONTEÚDO PRODUZIDO POR:
Verso2 Comunicação 
Agência de comunicação especialista em cooperativismo, branding, criação de sites, gestão de redes sociais, mídia impressa e muito mais.

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